Oficina “Malária no Juruá”

Em 2015, uma equipe de pesquisadores e alunos da Fiocruz e da UFAC fez uma pesquisa em 520 casas localizadas em 40 localidades de Mâncio Lima e Rodrigues Alves, região do Alto Juruá, estado do Acre, na Amazônia Legal. Foram 3 expedições, cada uma de 20 dias de trabalho, ora de barco, ora de caminhonete, às vezes a pé, de prancheta na mão, visitando e conversando com as famílias sobre como elas lidam com a malária. Foi com a colaboração das Endemias de ambas as cidades, da Universidade Federal do Acre e de todas as famílias entrevistadas que este material foi gerado. Disponibilizamos a oficina de pactuação de resultados realizada na região em 2018 e o cartão com infográficos elaborado a partir dos resultados das entrevistas (texto completo). O cartão foi distribuído também em forma de quebra-cabeças.
A proposta de oficina teve como objetivo compartilhar com os professores e gestores em educação e saúde os resultados dessa pesquisa domiciliar sobre malária no Alto Juruá, assim como sensibilizá-los sobre a situação e a gravidade da malária na região, e construir coletivamente uma atividade pedagógica (a partir dos resultados da pesquisa) que estimule a inserção do problema da malária como parte das atividades transversais realizadas em sala de aula.
A atividade pedagógica visou contextualizar os professores (e consequentemente, os alunos) como atores envolvidos no processo de transmissão de malária, trabalhando a percepção do “eu faço parte do ambiente em que vivo” por meio do reconhecimento do espaço. Os eixos principais que trabalhados são:
1. O que é a doença malária? Como é transmitida? Quais os sintomas e o porquê de precisar tratar logo e de forma completa;
2. Riscos associados à malária principalmente em crianças e gestantes;
3. Distribuição da malária na região (idade, sexo, local de moradia, fatores de exposição);
4. Carga da doença, impacto da malária na vida das pessoas, quantas adoecem, quantas precisam ajudar outros doentes, hospitalização.
5. Importância que as pessoas dão à malária;
6. Como se proteger.
Esperamos que a proposta seja replicada nas escolas da região e que sirva de modelo para trabalhar outras doenças transmitidas por vetores.